4º Domingo da Páscoa do Senhor-As Ovelhas e o Pastor (Ano C)

 4º Domingo da Páscoa do Senhor

Evangelho Segundo João 10,27-30

Naquele tempo, disse Jesus:
«As minhas ovelhas escutam a minha voz.
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me.
Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão-de perecer
e ninguém as arrebatará da minha mão.
Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos
e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai.
Eu e o Pai somos um só».

Reflexão - As Ovelhas e o Pastor

O breve texto evangélico de hoje assinala o momento culminante do último debate de Jesus com as autoridades judaicas.

Está sendo celebrada a festa da dedicação. Jesus está passeando nos pátios do templo, onde anteriormente já havia denunciado os abusos dos dirigentes dos judeus e estes haviam tentado prendê-lo e matá-lo. Apesar disso, aí está Ele de novo e se movimenta livremente, "passeava" diante deles. Desta vez, os interlocutores demonstram ansiedade e aflição. Rodeiam-no no sentido que o cercam, estão ao seu encalço, quase que o sufocando. Fazem uma pergunta: "Até quando nos manterás em suspenso? Se és o Cristo, dize-nos abertamente". A resposta de Jesus, porém, é, de propósito, cautelosa. Ele rodeia o obstáculo: não pronuncia a palavra Cristo ou Messias, mas sugere a seus interlocutores o caminho para chegar aí. Na base de tudo está a escuta; quando acolhemos aquilo que ouvimos, estamos no caminho da fé, mas ainda não fazemos parte dos fiéis. É um primeiro passo, mas é preciso realizar um outro decisivo. Não basta ouvir, é preciso perceber a carga de bondade daquele que fala.

Jesus se vangloria de conhecer suas ovelhas. O verbo conhecer tem um sentido pleno; não indica somente a compreensão mental, mas comunhão de amor e de vida com a pessoa conhecida. Do mesmo modo, Jesus conhece as suas ovelhas porque as ama; assim, são seus discípulos aqueles que acreditaram no seu amor e o seguiram.

A frase "Eu e o Pai somos um" é chave de todo o discurso que Jesus está fazendo para seus interlocutores. Eles querem um sinal da sua messianidade e a única resposta que aduziu e que agora repete está na sintonia operativa entre Ele e Deus. Aquilo que o Pai faz desde sempre, o bem, Ele também o faz, ao dar a sua vida pelos outros.

Somente Jesus e o Pai sabem amar assim desinteressadamente, ou melhor, com prejuízo de sua própria reputação e da própria vida; por isso, Ele pode afirmar que o seu amor pelo homem é extremo e que não há amor maior do que o dele. 

Oração

Senhor Jesus, desde a infância aprendi a vos conhecer. Imagino que sou dos vossos discípulos, ainda que não seja dos melhores e mais fiéis. Sei que, depois de tantos anos, já vos deveria conhecer mais profundamente.

Perdoai-me por não ter crescido mas na amizade convosco, nem vos seguido mais de perto. Quero continuar unido a vós; ajudai-me a assimilar mais vosso modo de pensar e de viver. Aumentai minha fé, tornai-a mais firme e operante; dai forças a minha caridade; firmai minha esperança. Quero ser vosso discípulo em tudo e para sempre.

Quero anunciar-vos a todos como nosso único Salvador. Quero viver a vida que me ofereceis e espero chegar a viver para sempre na eternidade convosco e com meus irmãos. Amém. [2]

Fonte: Revista Brasil Cristão (abril/2013) [1] /  Revista de Aparecida (abril/2013) [2]